8a.série/9o. ano

A IDEOLOGIA DO IMPERIALISMO

Os países imperialistas agrediram, dominaram e exploraram povos de quase todas as partes do planeta. Entretanto, a maioria dos capitalistas e da população dos países imperialistas acreditava que as ações imperialistas eram plenamente justas e até beneficiavam a humanidade!
Existiam três tipos de ideias que favoreciam o imperialismo. Ou seja, quem acreditava nessas ideias aceitava o imperialismo. Estamos falando de etnocentrismo, do racismo e do darwinismo social. Vamos entendê-las um pouco?
O etnocentrismo baseia-se na falsa ideia de que existem povos culturalmente superiores e povos culturalmente inferiores. Os europeus acreditavam que sua cultura era superior e que os asiáticos e africanos eram “primitivos, bárbaros, ignorantes, culturalmente inferiores”. Desse modo, o colonialismo era visto como uma atitude boa dos europeus, porque eles estariam “educando e civilizando” os outros povos.
Outra ideia que surgiu para defender o imperialismo foi o racismo, que aparentemente era baseado na ciência. Homens como o inglês Hyppolyte Taine (1828-1893) e o conde francês Joseph Gobineau (1816-1882), que foi amigo pessoal de D.Pedro II, propagavam a tese de que a raça branca era superior às outras raças e que, portanto, merecia dominar o planeta. Os asiáticos, os índios e os africanos tinham de ser dominados porque eram “menos inteligentes” e “menos saudáveis” que a “raça branca”. Uma idéia absurda, não é mesmo? Hoje em dia, os cientistas já descobriram que na verdade não existem raças humanas. Biologicamente, todos os seres humanos são semelhantes.
Os defensores do imperialismo também procuram se justificar com base no chamado darwinismo social. O que era isso? Os darwinistas sociais tinham sua própria interpretação da Teoria da Evolução das Espécies da Darwin. Queriam aproveitar a ideia da evolução na natureza para explicar os fenômenos sociais. Os darwinistas sociais diziam que a vida na sociedade é uma eterna luta pela sobrevivência. Os mais capazes (mais esforçados e mais talentosos) se destacam, ficam ricos e poderosos, e os menos capazes ocupam posições sociais inferiores. Desse modo, a sociedade evoluiria, porque os mais fortes eliminariam os mais fracos. Por isso, os darwinistas sociais não aceitavam que o governo ajudasse os pobres e tentasse reduzir as diferenças sociais. Diziam que essas atitudes só contribuíam para impedir a evolução natural da sociedade! Defendiam as ideias econômicas liberais, porque a competição capitalista selecionaria os “competentes” e eliminaria os “incapazes”. Do mesmo modo, diziam que o domínio imperialista nada mais era do que a confirmação da lei biológica da sobrevivência do mais forte: os países com um povo “mais competente” e “mais trabalhador” mereciam submeter os outros. Do mesmo jeito que o leão devora a gazela, ou a galinha come as minhocas, os europeus tinham o direito natural de saquear os outros povos.
O darwinismo social foi contestado por muitos estudiosos. Primeiro, porque a evolução das espécies não significa “progresso”. O jacaré não é superior ao dinossauro. O cavalo não é mais evoluído do que o jumento, o homem não é mais evoluído do que o macaco chimpanzé ou o golfinho. Segundo, porque não é só a competição que assegura a sobrevivência. Também existe muita colaboração entre os seres vivos. Terceiro, porque a vida humana não é determinada só pela natureza. Os seres humanos também são seres culturais. Nós, humanos, elaboramos projetos, escolhemos, reconstruímos nossas vidas. Fazemos ciência, arte e religião, vivemos em sociedade, nos transformamos ao longo da História.